No Canadá, foi a primeira vez que realmente exercitei minha independência. Coisas simples, como andar de metrô, caminhar sozinha, fazer compras e conversar com pessoas, tornaram-se grandes aprendizados. Aqui no Brasil, muitas vezes vivemos em uma bolha, em uma zona de conforto, onde não temos tantas oportunidades de fazer isso. Lá, percebi o quanto essas experiências me ajudaram a crescer como pessoa. Foi a primeira vez que senti que podia tomar controle da minha própria vida, e isso mudou completamente minha visão de mundo.

A experiência me deu muita maturidade. Desde organizar meu horário para sair de casa no frio até andar sozinha à noite após as aulas. Isso foi um grande marco de independência. Além disso, aprendi muito sobre cultura, como experimentar coisas diferentes, como jantar com leite ou comer manteiga de amendoim e geleia, que nunca imaginei que faria. Essas diferenças me ensinaram a ser mais aberta e a realmente viver o momento

O que mais me fascinou foi a possibilidade de escolher minhas matérias no ensino médio, algo que não acontece no Brasil. Ter aulas de biologia em laboratórios, dissecar animais, usar microscópios, e até mesmo uma calculadora científica, que eu só usaria em uma pós-graduação aqui, foi incrível. Também fiquei encantada com a independência dos adolescentes de lá. Aos 16 anos, eles já estavam ansiosos para começar a trabalhar, e isso mudou minha forma de pensar. Percebi que, na minha idade, eu também podia ser mais independente, assumir mais responsabilidades e não depender dos meus pais para tudo.

Eu sempre digo aos meus pais que o intercâmbio foi o melhor presente que eles poderiam ter me dado. A experiência transformou minha vida de tantas formas! Depois do intercâmbio, me tornei mais espontânea, tranquila e autônoma. Sou profundamente grata por essa oportunidade, pois ela fez toda a diferença na minha adolescência. Foi um momento crucial para experimentar coisas novas, sair da zona de conforto e crescer.

Na época, eu não fazia ideia do que ia acontecer, mas tudo mudou quando cheguei em Nova York e me deparei com 150 estudantes de várias partes do mundo. Foi aí que relaxei, comecei a gostar da experiência e percebi que seria um começo muito especial. Minha família anfitriã era judia, com uma cultura completamente diferente da minha, mas me receberam de braços abertos. Durante o programa, estudei em uma escola só para meninas, uma experiência bem diferente, mas enriquecedora. Fui recebida com muito carinho, com festas de boas-vindas e muitas oportunidades de aprendizado. Essa vivência mudou minha visão de mundo e foi uma das melhores decisões que tomei.